Kuweit

kuwait

A Igreja e a Perseguição Religiosa

A Igreja

Acredita-se que existem cristãos onde hoje é o Kuwait desde os tempos do apóstolo Paulo, mas o primeiro cristão de que se tem notícia no Kuwait foi um católico norte-americano que chegou ao país em 1795. A maioria das igrejas, no entanto, foi construída em anos mais recentes.

A história da comunidade cristã no Kuwait começou no início do século XX (1910), quando missionários da Igreja Reformada da América foram ao país realizartrabalhos humanitários e tiveram a oportunidade de compartilhar o evangelho com os kwaitianos. A primeira igreja do país foi a Igreja Evangélica Nacional do Kuwait, construída em 1931.

A descoberta dos poços de petróleo na década de 1950 atraiu milhares de cristãos estrangeiros ao país, o que contribuiu para o crescimento da comunidade cristã ali, além de mais duas igrejas: a Igreja Católica Romana e a Igreja Ortodoxa Copta.

Estima-se que o número de cristãos no Kuwait seja de 400 mil pessoas, quase todos trabalhadores estrangeiros, em sua maioria indianos, filipinos, europeus, americanos e libaneses; a maioria pertence à Igreja Católica. Estima-se haver pouco mais de 200 cristãos nativos.

A Perseguição

A Constituição de 1962 estabelece o islamismo como religião oficial do Estado e utiliza a sharia (lei islâmica) como principal base de sua legislação: há leis contra a blasfêmia, apostasia e evangelização de muçulmanos. No entanto, o texto também assegura a liberdade e a livre prática religiosa.

Em comparação com muitos países islâmicos, o Kuwait mantém uma postura moderada no que se refere a outras religiões. Os cristãos residentes no país podem se reunir livremente e estabelecer igrejas, e as relações entre muçulmanos e cristãos são abertas e amistosas. O governo não permite conversões de muçulmanos a outras religiões. Quando isso acontece, é de forma muito discreta. Se a conversão é descoberta, o indivíduo encontra hostilidade: perde o emprego, sofre danos em sua propriedade, é intimado repetidas vezes à delegacia, preso, abusado física e verbalmente, monitorado pela polícia.

Fora das quatro denominações reconhecidas (anglicana, copta ortodoxa, evangélica nacional e católica romana), igrejas são proibidas de expor sinais exteriores, como a cruz ou o nome da congregação. Também não podem realizar atividades públicas. Igrejas sem recursos financeiros para alugar um espaço podem se reunir em escolas nos fins de semana, embora os representantes das igrejas informem que as escolas foram pressionadas a impedir tais reuniões.

Não há uma lei específica que proíba estabelecer templos não muçulmanos; contudo, na prática, os poucos grupos que solicitaram licenças para construir novos templos não as obtiveram. Para alguns grupos religiosos, isso mostra que é impossível conseguir licença para um novo templo.

História e Política

Em pleno Oriente Médio, o Kuwait situa-se entre o Iraque e a Arábia Saudita, na Península Arábica, desfrutando de grande importância devido às suas substanciais reservas petrolíferas. Formado por terreno desértico, apenas 0,84% do território do Kuwait é arável. Seu nome deriva do diminutivo da palavra árabe “kut”, que significa “forte” (fortaleza) ou “fortaleza construída perto da água”.

É possível que pessoas da idade da pedra tenham habitado a região onde hoje está o Kuwait: arqueólogos descobriram ferramentas da pedra lascada de aproximadamente 10 mil anos atrás; fragmentos de cerâmicas, facas e pérolas indicam que o local foi usado por povos que habitaram a antiga Mesopotâmia. Durante a Idade do Bronze (3000 a.C.), a região foi dominada pelo Império Dilmun, que se desenvolveu através do comércio marítimo.

No século III a.C., Failaka (atualmente a maior das nove ilhas do Kuwait) foi dominada por Alexandre, o Grande; escavações recentes na região demonstram as evidências da dominação helenística, tendo sido descobertas ruínas dos templos dedicados aos deuses Ártemis e Apolo. Os gregos utilizaram o Golfo Pérsico como uma importante passagem da Mesopotâmia à Índia. Os árabes muçulmanos chegaram à região no século VII, impondo sua religião e cultura aos povos ali presentes. Os portugueses foram os primeiros a chegar ao país, no final do século XV, impulsionando a economia da região através do comércio marítimo. Após os portugueses, vieram os holandeses e os ingleses.

A partir da segunda metade do século XVIII o país ficou sob o domínio da família Al Sabah – dinastia fundada pelo xeique Sabah Abdul Rahaim, em 1756, que governa o país até os dias atuais. Em 1938 houve a descoberta do petróleo no país, fato que revolucionou completamente sua economia. Quem se beneficiou disso foi a Grã-Bretanha, que tinha o Kuwait como seu protetorado e que, após a invasão da Rússia pela Alemanha, em 1941, aumentou ainda mais seu poder político sobre o Kuwait e também sobre o Iraque, temendo perder espaço para os alemães. O país se tornou independente da convenção anglo-otomana de 1913 em 19 de junho de 1961.

No início da década de 1990, o país foi invadido pelo Iraque de Saddam Hussein, sob a alegação de que o território do Kuwait pertencera historicamente ao Iraque. Com a ajuda dos EUA e seus aliados, o Kuwait conseguiu expulsar de seus territórios os iraquianos, saindo vitorioso da chamada “Guerra do Golfo”. As manifestações sociais que derrubaram ditaduras no mundo árabe também chegaram ao Kuwait e foram reprimidas com violência.

População

Com exceção das tribos nômades que habitam as areias do deserto, praticamente toda a população vive nos centros urbanos. Mas, dessa população, mais de 1 milhão é composta de imigrantes palestinos, egípcios, jordanianos, iranianos, paquistaneses, indianos, bengaleses e filipinos.

Embora a expectativa de vida seja de 77 anos, somente 2,9% da população ultrapassa os 65, e 72% têm entre 15 e 64 anos de idade. Com estudo obrigatório e escolas públicas, 93% de toda a população adulta kwaitiana é alfabetizada. Um programa de saúde nacional assegura o acesso gratuito ao atendimento médico.

Na prática, todos os cidadãos kwaitianos são muçulmanos sunitas, enquanto os estrangeiros muçulmanos que trabalham para o governo são majoritariamente xiitas.

Economia

Aproximadamente 10% de todas as reservas conhecidas de petróleo pertencem ao governo: a economia do país é dominada pelo ouro negro, correspondendo a 90% das receitas de exportação do país. Quase toda a população é de funcionários públicos. São os imigrantes que fazem o trabalho pesado: 80% da força de trabalho é formada por não-kwaitianos.

Grande parte dos alimentos que o país consome é importada, embora exista alguma atividade agrícola e pesqueira. O país sofre com a falta de água potável.

By: Missão Portas Abertas

Testemunhos “O som mais assustador que já ouvi foi o de carros no meio da noite”

 

Hye aprendeu sobre Kim Il-Sung, o “Grande Líder” da Coreia do Norte, na escola e sobre Deus em casa. Ela passou sua infância brincando do lado de fora da residência, enquanto os adultos realizavam encontros cristãos absolutamente secretos do lado de dentro. Sua avó era a líder do grupo de irmãos. Mesmo sendo criança, Hye tinha uma missão muito importante

 

 

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Sempre quando alguém se aproximava do portão de sua casa, a pequena Hye corria o mais rápido possível para avisar aos seus pais que o culto deveria ser interrompido. Esse foi o maior propósito de sua vida durante muitos anos, até a polícia secreta prender o seu pai. 

Tudo aconteceu em 1994, quando Kim Il-Sung, o “Grande Líder” morreu e a Coreia do Norte estava de luto (hoje, 15 de abril, comemora-se o 101º aniversário dele). Hye deixou sua casa por algumas horas sem saber que não tornaria ver seu pai novamente. Oficiais da Agência de Segurança Nacional invadiram a casa de sua família durante um culto e levaram seu pai preso.

Quando Hye chegou em casa, ficou esperando seu pai abrir o portão. Ela era a caçula de seus irmãos, sempre foi tratada com todo o cuidado. Seu pai a recebia com um abraço apertado todas as vezes que ela voltava da escola. Mas dessa vez, ele não estava lá. Hye procurou por ele em seu quarto, mas também não estava lá. Foi então que ela percebeu que o seu maior medo havia se tornado realidade: seu pai fora preso pelo governo da Coreia do Norte.

Hye ficou inconsolável, arrasada! Será que ela poderia culpar a Deus pela tragédia que havia acometido sua família? Mesmo em meio à dor, ela não pensava dessa forma. Na verdade, nem houve tempo para isso. Apenas duas semanas depois, a avó de Hye – sua grande heroína na fé – faleceu.

Vovó havia lhe ensinado tantas coisas sobre o relacionamento com Deus. Apesar de viverem dias difíceis, sua avó sempre lhe dizia para confiar no Senhor Jesus. Hye conta sob quais circunstâncias aprendeu a admirá-la ainda mais: “Sabíamos que as mesmas pessoas que haviam prendido o meu pai estavam vindo atrás de nós. Então, teríamos de queimar nossa Bíblia”. 

Apesar de seu grande apego àquele livro, a avó acalmou a todos, mas fez com que a família prometesse algo que marcou a vida de Hye para sempre: “Prometam-me que vocês irão perseverar firmes na fé”.

Quando as chamas devoraram as páginas da Bíblia, vovó chorou intensamente, fechou os olhos e partiu para morar no céu. “Todos nós morreremos um dia. Talvez nós, cristãos, morramos um pouco mais cedo do que os outros porque o céu espera por nós!”, dizia a senhorinha que tanto inspirou a vida cristã de Hye.

 

Com a Bíblia de seu pai confiscada e a de sua avó, queimada, não havia mais a Palavra de Deus na casa, exceto pelo que eles haviam decorado.

 

“Desesperadamente, minha irmã escreveu em um papel tudo o que lembrava e guardou em um lugar secreto. Ela lia sempre que estava passando por momentos difíceis. Acontece que, aqui na Coreia do Norte, praticamente todos os momentos são difíceis. Ainda mais se você é cristão”, relembra Hye. 

A sobrevivência de cada dia

O medo de ser preso como o pai assombrou a família de Hye por muito tempo. “O som mais assustador que já ouvi foi o de carros no meio da noite”, confessou ela. Quase não havia carros na região onde moravam. Por isso, todas as vezes que ouviam um veículo passando, pensavam que aqueles policiais iriam buscá-los também. “Na manhã seguinte, as pessoas olhavam pelas janelas de outras casas para ver se alguma família estava faltando. Estávamos sempre preparados para deixar nosso lar”.

 

Hye viveu nessa situação vulnerável e instável por mais de dez anos até que conseguiu atravessar a fronteira da Coreia do Norte com a China. Tempos depois conseguiu chegar à Coreia do Sul, onde vive hoje. Tempos depois, sua mãe fez o mesmo trajeto. Assim que ambas foram reconhecidas como refugiadas, elas se juntaram ao grande número de cristãos norte-coreanos que imigraram por conta da perseguição e opressão.

 

Refugiados, como Hye, não entendem como as coisas podem ser mantidas como são hoje: “O governo ignora a liberdade em todos os âmbtos, o nível dos direitos humanos é de zero. Não pode se praticar nenhuma religião. O líder da Coreia do Norte tem de ser adorado como deus, e isso não vai mudar, a menos que o regime entre em colapso”, disse um deles. Leia mais em Não há qualquer liberdade religiosa na Coreia do Norte“. 

A Portas Abertas tem amparado refugiados como Hye na China, a porta de escape de vários deles. Para aqueles que, ao contrário de Hye, não conhecem a Jesus, nossos colaboradores explanam a Palavra de Deus, e muitos têm se convertido e voltado como missionários a sua terra natal.

        By: Missão Portas Abertas

Colombia

colombia

A Igreja e a Perseguição Religiosa

A Igreja

O Cristianismo chegou à Colômbia junto com seus colonizadores europeus. A primeira diocese católica foi estabelecida na Colômbia em 1534, enquanto os primeiros missionários protestantes chegaram ao país em 1825. Em 1953, um “tratado de missões” deu direitos exclusivos de evangelização no país às ordens missionárias católicas. Mais tarde, esse tratado foi revogado e a constituição de 1991 eliminou a posição privilegiada da Igreja Católica na sociedade, concedendo maior liberdade às minorias religiosas.

Apesar das disputas entre as diferentes tradições, o cristianismo continua a ser uma força significativa na vida colombiana. O trabalho agressivo de evangelização tem ajudado a Igreja a crescer mais ainda. Pesquisas recentes indicam que a instabilidade do país tem levado os colombianos a reavaliar suas crenças religiosas, o que acaba por gerar um novo temor a Deus, quaisquer que sejam suas doutrinas. Mesmo a guerrilha tem sido alcançada pelo evangelho.

Um bom número de guerrilheiros convertidos e desertores agora estão empenhados em levar a Palavra de Deus a todos ao seu redor, especialmente aos seus antigos companheiros.

A perseguição

O crescimento da Igreja é significativo. As guerrilhas, os cartéis do narcotráfico, o corporativismo corrupto do governo e as religiões tradicionais continuam a testar a fé dos novos convertidos. Aqueles que se convertem são considerados traidores e alguns são assassinados. Missionários são ameaçados, sequestrados e às vezes mortos. Muitos cristãos são martirizados por assumir posições contrárias ao crime.

A Igreja evangélica da Colômbia é formada por cinco milhões de membros, dos quais 20%, um milhão, formam a Igreja Perseguida. Quinhentos mil cristãos perseguidos vivem entre os desalojados (campos de refugiados ou abrigos), em extrema pobreza. Os outros 500 mil vivem em áreas de conflito controladas pelos grupos armados ilegais. Estatísticas do Conselho Evangélico de Igrejas da Colômbia indicam que mais de 400 igrejas já foram fechadas e cerca de 150 pastores foram assassinados pelos subversivos desde 1998.

Após o fracasso dos acordos de paz entre governo e guerrilhas, os rebeldes se recusaram a sair da região. As igrejas continuaram fechadas e a pregação do evangelho, restrita. Diversas pessoas passaram a cooperar com os grupos subversivos.

História e Política

Localizada na América Latina, a Colômbia caracteriza-se por suas densas selvas e por uma atmosfera tropical. É conhecida por dois produtos: o café e a cocaína. Antes de se chamar Colômbia o país era conhecido como Nova Granada (em referência à cidade de Granada, na Espanha); seu nome atual deriva de Colombo, em homenagem ao descobridor do continente americano, Cristóvão Colombo.

A história do país pode ser dividida em dois períodos: pré-colombiano e pós-colombiano. Muitas culturas (que datam de mais de 10 mil anos) habitaram o território antes da sua descoberta pelos europeus, tendo deixado importantes fontes arqueológicas, que permitem descobrir mais sobre sua história. Antes da chegada dos espanhóis, o país era habitado por índios caraíbas, extremamente hostis, que ocupavam o litoral. Além deles, havia os chibchas, nos Andes colombianos, os muiscas e os quimbayas.

Os primeiros espanhóis chegaram à Colômbia em 1499, mas a colonização só teria início dez anos depois, em 1509, com o propósito da descoberta de metais preciosos. Milhares de vidas indígenas foram ceifadas nas minas de ouro, nos trezentos anos de colonização do país. O século XIX foi marcado por divisões territoriais e pela libertação do jugo da coroa espanhola. Fundamentado nos ideais revolucionários de Simon Bolívar, a Colômbia se tornou independente em 1819. Entre 1829 e 1830, a Venezuela e o Equador se separaram do território colombiano (Grã Colômbia) e, em 1903, por interesses econômicos dos EUA, foi a vez de o Panamá se declarar autônomo. Após essa separação, seria construído pelos EUA o Canal do Panamá*.

Ao longo do século XIX e do século XX, a Colômbia sofreu várias instabilidades políticas fomentadas pelas oligarquias conservadora e liberal, culminando na chamada “Época da Guerra Civil”, que se arrastou de 1863 a 1880 e foi sucedida pela “Guerra dos Mil Dias”, de 1899 a 1903, provocando a morte de 60 a 130 mil pessoas. Os grupos guerrilheiros/revolucionários que existem hoje na Colômbia teriam surgido do banditismo social praticado por grupos armados indígenas contra o poder colonial e, depois, contra as elites oligárquicas detentoras dos grandes latifúndios.

As FARCS (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e a ENL (Exército Nacional de Libertação), grupos de cunho marxista, sugiram após e inspirados pela revolução cubana de 1959. Ambas têm como objetivo tomar o poder por meio do conflito armado e não por meios democráticos. As guerrilhas e os paramilitares são, em grande parte, financiados pelo narcotráfico, com confisco de propriedades privadas, e lutam por áreas de influência nas zonas rurais do país. Grupos paramilitares já expulsaram milhares de camponeses de suas terras, a fim de liberar o campo para a batalha. Com isso, cria-se um grande êxodo de desabrigados em direção às cidades, onde um novo ciclo de pobreza e violência é iniciado.

A Colômbia é dominada pela Igreja Católica. Apenas uma pequena parcela da população – cerca de 2% – é ateia, ou não professa nenhuma religião. Algumas das tribos indígenas ainda preservam suas práticas religiosas tradicionais e há pequenos grupos muçulmanos, judeus e bahaístas.

*O canal do Panamá é uma importante rota comercial, construída entre 1908 e 1914, que liga o Oceano Pacífico ao Atlântico, facilitando o comércio entre os EUA, a América Central e o Caribe.

População

Quase a totalidade dos colombianos é constituída de eurameríndios, europeus ibéricos e eurafricanos. Uma pequena parcela é de ameríndios. A maioria da população maior de 15 anos é alfabetizada, 93%, sendo que cerca de 27% têm idade inferior a 15 anos e 75% dos colombianos vivem em zonas urbanas.

Bogotá, a capital do país, é a cidade mais populosa, com mais de 8 milhões de habitantes. A baixa distribuição de renda e o alto índice de criminalidade são os maiores problemas que os colombianos enfrentam no seu dia a dia.

Economia

A Colômbia é um país de recursos naturais abundantes: sua economia baseia-se na agricultura e pecuária, seu principal produto agrícola é o café. Outros produtos produzidos e exportados pela Colômbia são: cana-de-açúcar, mandioca, banana, cacau etc.

O país exporta petróleo e as maiores reservas de carvão da América Latina são colombianas. A produção da folha de coca movimenta bilhões de dólares na economia do país, contribuindo para o aumento do narcotráfico e o financiamento de grupos revolucionários. O PIB colombiano é um dos que mais crescem na América do Sul, porém, ainda assim, cerca de 45% da população vive abaixo da linha da pobreza.

By: Missão Portas Abertas

Uganda

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O país é composto de uma população com 12% de muçulmaos e 84% de cristãos. A perseguição aos cristãos ocorre, principalmente, nas áreas de maioria muçulmana.

 

A Igreja e a Perseguição Religiosa

A Igreja

Se comparado a outros países da África, o cristianismo chegou tarde na Uganda. Enquanto em outras regiões do continente a fé cristã foi apresentada através do colonialismo europeu no século 18, em Uganda isso só foi possível na segunda metade do século19, mais especificamente em 1877 através de missionários anglicanos e católicos. A fé cristã foi originalmente anunciada, a princípio, apenas para os membros imediatos da corte do rei Mutesa Kabaka (rei) de Buganda (atual Uganda). Embora tenha sido o último país da África a receber o evangelho, Uganda se tornou um dos mais bem sucedidos campos missionários do continente em apenas 25 anos.

A maior denominação protestante de Uganda é a Anglicana (episcopal). Há outras igrejas cristãs no país como, Católica, Metodista, Luterana, Batista, Presbiteriana e Pentecostal. Atualmente os cristãos representam cerca de 84% da população total de Uganda.

A perseguição

As primeiras perseguições enfrentadas pelos cristãos de Uganda teriam ocorrido sob o governo do rei Mwanga que proibiu as pessoas de se relacionarem com cristãos e suas missões e prometera acabar com a presença do cristianismo no país. No dia três de junho de 1886 o rei Mwanga mandou assassinar aproximadamente 50 clérigos e missionários cristãos. Hoje essa data é usada para celebrar a memória desses mártires. Mas a morte desses cristãos gerou um efeito contrário ao que desejava o rei Mwanga. Ao verem o exemplo de fé e de coragem desses irmãos que davam a vida pelo que acreditavam, milhares de pessoas passaram a procurar instrução cristã e em poucos anos o número de cristãos se multiplicou no país. Isso foi possível porque os mártires tinham deixado a impressão indelével de que o cristianismo era verdadeiramente Africano, e não simplesmente uma religião do homem branco. Os cristãos voltaram a ser perseguidos na década de 1970, pelo ditador, Idi Amin, que era simpatizante ao Islamismo.

Atualmente a perseguição em Uganda acontece devido ao aumento do radicalismo islâmico, tanto em seu próprio território como no de países vizinhos. Além disso, há um crescente movimento tribal no país de retorno às origens e que tem causado muita perseguição. Tal movimento promove a feitiçaria através de sacrifício humano no leste da Uganda, e é totalmente contrário e antagônico à Igreja de Cristo e seus princípios, tentando erradicar o cristianismo dessa região. Os cristãos que mais sofrem pressão são os ex-muçulmanos que vivem em áreas denominadas islâmicas (de maioria muçulmana). A família é um dos principais perseguidores destes cristãos ex-muçulmanos, e nos últimos anos têm ocorrido incidentes nos quais membros da própria família abusam, agridem, tentam envenenar, ameaçam de morte e abandonam seus entes queridos pelo fato de serem cristãos.

Colaboradores da Portas Abertas no campo disseram que as lideranças muçulmanas têm procurado garantir a formação de uma quantidade cada vez maior de advogados muçulmanos e para isso criaram mecanismos que facilitam a ingressão de candidatos nos cursos de direito. Isso é muito importante já que os clérigos islâmicos têm tentado criar tribunais islâmicos (Khadis) e transformá-los em constitucionais.

O que se pode esperar do futuro para a Igreja de Uganda? O aumento da população jovem muçulmana com idade entre 10-25 anos que recebem ensinamentos radicais em madrassas é forte indicador de que nos próximos cinco a 10 anos, os cristãos e a Igreja em Uganda poderão enfrentar perseguição severa. Apesar de todas as dificuldades, Uganda tem hoje o maior percentual de cristãos da África.

História e Política

Uganda é um país da África Central, limitado ao norte pelo Sudão, a leste pelo Quênia, ao sul pela Tanzânia e por Ruanda e a oeste pela República Democrática do Congo. O seu nome faz referencia a um épico herói local, um grande caçador de elefantes, chamado Ganda, e significa em dialeto local “país do povo de Ganda”.

Acredita-se que povos camitas começaram a habitar as terras da atual Uganda cerca de 1.500 anos a.C. Os europeus chegaram ao país no final de século 19 e o transformaram em uma colônia britânica, pertencente à companhia da África Oriental Britânica, juntamente com o Quênia e a Tanzânia.

Uganda só se tornou independente do domínio britânico em 1962 e criou sua própria constituição nos moldes republicanos. O primeiro governo pós-independência foi formado por uma aliança entre tribos do norte e sul do país, mas em 1966, o país passou por um golpe militar e o general Milton Obote assumiu o poder. Cinco anos depois, Obote foi derrubado do poder pelo Chefe do Estado-Maior do Exército, General Idi Amin, que instaurou uma ditadura considerada o período mais sangrento da história do país mandando assassinar todos os seus opositores. Na década de 1980, o país passou por uma guerra civil que durou 4 anos.

Em 1986, chegou ao poder Yoweri Museveni, e permanece no poder desde então. Apesar de ter feito boas e significativas mudanças no país, Museveni é duramente criticado por desrespeitar os direitos humanos, pela adoção da pena de morte, falta de liberdade de expressão no país e pela suposta compra de votos e suborno de funcionários que trabalharam nas eleições de 2011, que o reelegeram.

População

Uganda é um país com uma grande composição étnica. Há cerca de 40 diferentes línguas faladas no país pelos grupos étnicos bantu e nilóticas. A mais falada (por cerca de 16% da população) é a língua “ganda” ou luganda, pertencente ao maior grupo étnico do país, os baganda. A língua oficial do país é o inglês. A expectativa de vida no país é de 54 anos, e apenas 67% da população é alfabetizada.

Economia

Uganda é uma terra com importantes recursos naturais, solos férteis, chuvas regulares, pequenas reservas de cobre, ouro e outros minerais, e de petróleo recentemente descoberto. Uganda nunca realizou uma pesquisa nacional de riquezas minerais. A agricultura é o setor mais importante da economia, empregando mais de 80% da força de trabalho. O café representa a maior parte das receitas de exportação.

Desde 1986, o governo – com o apoio de países estrangeiros e agências internacionais – tem atuado para reabilitar e estabilizar a economia através da realização de reforma monetária, elevando os preços na produção das culturas de exportação, o aumento dos preços dos produtos petrolíferos, e melhoria dos salários da função pública. Desde 1990, as reformas econômicas deram início a uma era de crescimento econômico sólido baseado em investimentos contínuos em infraestrutura, melhoria dos incentivos para a produção e as exportações, inflação mais baixa e melhor segurança interna.

As receitas do petróleo e dos impostos vai se tornar uma grande fonte de financiamento do governo como o petróleo entra em operação nos próximos anos. Alimentos e o combustivel tiveram aumento nos preços em 2011, o que levou a população a protestar. A instabilidade no sul do Sudão, em 2012, foi um risco para a estabilidade da economia de Uganda já que este é o principal parceiro comercial de Uganda, e o país é um provavel destino para refugiados sudaneses.

     By:Missão Portas Abertas

Paquistão

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         Grupos extremistas incitam o ódio contra os cristãos, o que resulta em prisões, agressões, sequestros, estupros e ataques a casas e igrejas

                              A Igreja e a Perseguição Religiosa

                                                      A Igreja

O atual Estado do Paquistão fazia parte do território da Índia, portanto o cristianismo está no país desde aproximadamente o ano 52 d.C. Segundo a tradição, o discípulo Tomé foi à Índia durante essa época, conseguiu converter alguns indianos e estabeleceu sete igrejas na região conhecida agora como Kerala, e outras em Madras. Ele foi martirizado e sua sepultura ainda está em São Tomé de Meliapor.

No século XVI, os jesuítas vindos de Portugal assumiram o trabalho missionário e nos séculos XVII e XVIII, os ingleses e holandeses chegaram ao país com o protestantismo, porém nenhum dos dois grupos teve êxito no estabelecimento de um trabalho duradouro.
Atualmente, como resultado de uma grande variedade de esforços missionários, o Paquistão conta com uma pequena parcela de cristãos, a maioria de etnia punjabi. A maioria dos cristãos é membro de igrejas independentes ou da católica romana.

A comunidade cristã é, de modo geral, fragmentada e temerosa. Devido ao medo da perseguição, é possível que haja alguns milhares de cristãos que mantêm sua identidade religiosa em sigilo e são poucos os convertidos entre os muçulmanos que declaram sua nova fé abertamente.

                                                 A Perseguição

A Constituição estabelece o islamismo como a religião do Estado, declarando também  que as minorias religiosas devem ter condições para professar e praticar sua religião em segurança. Apesar disso, o governo limita a liberdade religiosa.

Uma forma de limitação é a lei de blasfêmia paquistanesa. Essa lei sentencia à morte quem deprecia o islã ou seus profetas; à prisão perpétua quem deprecia, danifica ou profana o Alcorão; e a dez anos de prisão quem insulta os sentimentos religiosos de outra pessoa.

A lei de blasfêmia tem sido bastante usada por indivíduos que querem resolver questões pessoais, uma vez que, para acusar alguém de ter blasfemado, não é necessário ter provas. Precisa-se apenas da acusação formal. No contexto paquistanês, a palavra de um muçulmano vale pela palavra de dois cristãos, o que dificulta o processo de defesa.

Embora nenhum cristão paquistanês até agora tenha sido executado após sua condenação, mais de uma dezena de pessoas foram acusadas e forçadas a viver em condições desumanas na prisão, em esconderijos ou no exílio. No fim de 2008, um garoto encontrou uma sacola na rua contendo páginas rasgadas de um Alcorão. Sem saber o que fazer com aquilo, o menino levou a sacola para casa.

Sua irmã mais velha, Ashiyana Masih, levou a sacola e seu conteúdo a uma vizinha muçulmana. Mas essa vizinha, que tinha uma briga antiga com a família de Ashiyana, acusou a jovem e seu pai, Gulsher Masih, de terem blasfemado contra o Alcorão.

Após a denúncia, mais de cem pessoas atacaram a casa da família cristã, levando-a a fugir e se esconder. No entanto, Ashiyana e seu pai foram presos. O pedido de fiança que os representantes legais de Ashiyana fizeram foi negado. Ainda não foi marcada uma nova data para a audiência dela e de seu pai.

Em junho de 2009, a cristã Asia Bibi foi presa e condenada a dois anos de prisão seguida da pena de morte, sob a alegação de blasfêmia por parte de suas companheiras de trabalho. Asia continua presa, aguardando o dia de sua execução, mas órgãos de direitos humanos estão trabalhando para livrá-la dessa sentença.

                                                 História e Política

Localizado entre o Afeganistão, o Irã, a China e a Índia, o Paquistão ocupa uma região estratégica no sul da Ásia. O território pode ser dividido em três áreas geográficas principais: a região montanhosa da Cordilheira do Himalaia, ao norte, o vale do Rio Indo e o Planalto do Baluchistão. O clima é predominantemente árido, com verões quentes e invernos rigorosos. O nome do país foi construído em forma de acrônimo por um estudante muçulmano da Universidade Cambridge, chamado Choudhary Rahmat Ali. O acrônimo faz alusão às cidades, regiões e países que contribuíram na construção histórica do povo e do país: P= Punjab, A= Afghania, K= Caxemira, I= Indus Valley (Rio Indus), S= Sindh, T= Turkharistan, A= Afeganistão e N= Baluchistan. Além disso, Pak deriva do persa e significa “puro”, e Stan, “terra”, de forma que o nome significa “terra dos puros”.

O território onde hoje se localiza o Paquistão foi habitado por povos das margens do Rio Indo há cerca de 2500-1700 anos antes de Cristo. Suas terras foram invadidas e habitadas por grandes povos e impérios, como arianos, persas, gregos e árabes. No século VIII, o Islamismo chegou à região através das expedições árabes.

Do século XVI ao XVIII, o Império Mongol dominou seus territórios e a maior parte do subcontinente indiano. No final do século XIX, os britânicos tornaram-se a potência dominante na região conhecida como Índia Britânica e a dividiram em duas zonas administrativas, denominadas Paquistão Ocidental (atual Paquistão) e Paquistão Oriental (atual Bangladesh). Devido aos constantes conflitos religiosos entre muçulmanos e hindus, o lado muçulmano da Índia se transformou na República Islâmica do Paquistão, em 1956.

                                         Conflitos na Caxemira

Quando os britânicos deixaram a Índia em 1947, havia ali mais de 500 estados principescos hereditários; entre eles estava o estado principesco de Jamu e Caxemira. Os britânicos deram a esses estados a opção de aderir à Índia ou ao Paquistão. Segundo os paquistaneses, o estado da Caxemira quis aderir ao Paquistão, mas por pressão política e econômica da Índia acabou cedendo a ela; os indianos, claro, negam. Atualmente a Índia controla 42% do território da Caxemira e o Paquistão, 37%.

Os dois países já travaram três guerras pela disputa do território (1947, 1965, 1999), conhecidas como guerras indo-paquistanesas. Nos últimos anos, muitos ataques terroristas ocorreram na Caxemira, em protesto contra o domínio indiano.

                                                           Após 11/9

Devido à sua posição estratégica, o Paquistão ganhou lugar de destaque na mídia internacional logo após os atentados terroristas contra as cidades de Nova York e Washington, em 11 de setembro de 2001. Quando decidiram retaliar o Afeganistão em outubro daquele ano, os EUA pediram e obtiveram apoio logístico do Paquistão, assim como a liberação de seu espaço aéreo.

O apoio do governo paquistanês ao norte-americano gerou grande tensão política no país, pois grande parcela da população possuía afinidades étnicas e ideológicas com a milícia Talibã que governava o Afeganistão na época.

Ao apoiar os ataques norte-americanos ao Afeganistão, em 2001, o Paquistão obteve grande ajuda econômica dos EUA na forma de linhas de crédito e reescalonamento de dívidas. Ainda assim, a economia do Paquistão é caracterizada pela pobreza da população.

Com o crescimento do extremismo islâmico, o governo concordou, em fevereiro de 2009, em implementar a sharia (lei islâmica) no vale de Swat, região noroeste do país. O objetivo é levar os extremistas a concordar com um cessar-fogo permanente.

                                                       População

A população paquistanesa constitui-se de vários grupos étnicos, dentre os quais se destacam os punjabis, os sindis, os patanes e os baluchues. O povo é bastante jovem: mais de um terço da população tem menos de 15 anos de idade. O analfabetismo é um mal que atinge metade da população. O pior índice está entre as mulheres: apenas 36% delas sabem ler e escrever.

Problemas como a precariedade habitacional e a infraestrutura inadequada de saneamento básico contribuem para o surgimento de doenças e para a alta taxa de mortalidade. Para se ter uma ideia, somente um terço da população tem acesso à água potável.

                                                         Economia
            A economia do Paquistão é semi-industrializada, englobando os setores têxteis, químicos, alimentar e a agricultura. Essas áreas são as que mais contribuem para o PIB do país. O alto índice de inflação é um dos fatores que mais dificultam o crescimento econômico do país.

By: Missão Portas Abertas