Uganda

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O país é composto de uma população com 12% de muçulmaos e 84% de cristãos. A perseguição aos cristãos ocorre, principalmente, nas áreas de maioria muçulmana.

 

A Igreja e a Perseguição Religiosa

A Igreja

Se comparado a outros países da África, o cristianismo chegou tarde na Uganda. Enquanto em outras regiões do continente a fé cristã foi apresentada através do colonialismo europeu no século 18, em Uganda isso só foi possível na segunda metade do século19, mais especificamente em 1877 através de missionários anglicanos e católicos. A fé cristã foi originalmente anunciada, a princípio, apenas para os membros imediatos da corte do rei Mutesa Kabaka (rei) de Buganda (atual Uganda). Embora tenha sido o último país da África a receber o evangelho, Uganda se tornou um dos mais bem sucedidos campos missionários do continente em apenas 25 anos.

A maior denominação protestante de Uganda é a Anglicana (episcopal). Há outras igrejas cristãs no país como, Católica, Metodista, Luterana, Batista, Presbiteriana e Pentecostal. Atualmente os cristãos representam cerca de 84% da população total de Uganda.

A perseguição

As primeiras perseguições enfrentadas pelos cristãos de Uganda teriam ocorrido sob o governo do rei Mwanga que proibiu as pessoas de se relacionarem com cristãos e suas missões e prometera acabar com a presença do cristianismo no país. No dia três de junho de 1886 o rei Mwanga mandou assassinar aproximadamente 50 clérigos e missionários cristãos. Hoje essa data é usada para celebrar a memória desses mártires. Mas a morte desses cristãos gerou um efeito contrário ao que desejava o rei Mwanga. Ao verem o exemplo de fé e de coragem desses irmãos que davam a vida pelo que acreditavam, milhares de pessoas passaram a procurar instrução cristã e em poucos anos o número de cristãos se multiplicou no país. Isso foi possível porque os mártires tinham deixado a impressão indelével de que o cristianismo era verdadeiramente Africano, e não simplesmente uma religião do homem branco. Os cristãos voltaram a ser perseguidos na década de 1970, pelo ditador, Idi Amin, que era simpatizante ao Islamismo.

Atualmente a perseguição em Uganda acontece devido ao aumento do radicalismo islâmico, tanto em seu próprio território como no de países vizinhos. Além disso, há um crescente movimento tribal no país de retorno às origens e que tem causado muita perseguição. Tal movimento promove a feitiçaria através de sacrifício humano no leste da Uganda, e é totalmente contrário e antagônico à Igreja de Cristo e seus princípios, tentando erradicar o cristianismo dessa região. Os cristãos que mais sofrem pressão são os ex-muçulmanos que vivem em áreas denominadas islâmicas (de maioria muçulmana). A família é um dos principais perseguidores destes cristãos ex-muçulmanos, e nos últimos anos têm ocorrido incidentes nos quais membros da própria família abusam, agridem, tentam envenenar, ameaçam de morte e abandonam seus entes queridos pelo fato de serem cristãos.

Colaboradores da Portas Abertas no campo disseram que as lideranças muçulmanas têm procurado garantir a formação de uma quantidade cada vez maior de advogados muçulmanos e para isso criaram mecanismos que facilitam a ingressão de candidatos nos cursos de direito. Isso é muito importante já que os clérigos islâmicos têm tentado criar tribunais islâmicos (Khadis) e transformá-los em constitucionais.

O que se pode esperar do futuro para a Igreja de Uganda? O aumento da população jovem muçulmana com idade entre 10-25 anos que recebem ensinamentos radicais em madrassas é forte indicador de que nos próximos cinco a 10 anos, os cristãos e a Igreja em Uganda poderão enfrentar perseguição severa. Apesar de todas as dificuldades, Uganda tem hoje o maior percentual de cristãos da África.

História e Política

Uganda é um país da África Central, limitado ao norte pelo Sudão, a leste pelo Quênia, ao sul pela Tanzânia e por Ruanda e a oeste pela República Democrática do Congo. O seu nome faz referencia a um épico herói local, um grande caçador de elefantes, chamado Ganda, e significa em dialeto local “país do povo de Ganda”.

Acredita-se que povos camitas começaram a habitar as terras da atual Uganda cerca de 1.500 anos a.C. Os europeus chegaram ao país no final de século 19 e o transformaram em uma colônia britânica, pertencente à companhia da África Oriental Britânica, juntamente com o Quênia e a Tanzânia.

Uganda só se tornou independente do domínio britânico em 1962 e criou sua própria constituição nos moldes republicanos. O primeiro governo pós-independência foi formado por uma aliança entre tribos do norte e sul do país, mas em 1966, o país passou por um golpe militar e o general Milton Obote assumiu o poder. Cinco anos depois, Obote foi derrubado do poder pelo Chefe do Estado-Maior do Exército, General Idi Amin, que instaurou uma ditadura considerada o período mais sangrento da história do país mandando assassinar todos os seus opositores. Na década de 1980, o país passou por uma guerra civil que durou 4 anos.

Em 1986, chegou ao poder Yoweri Museveni, e permanece no poder desde então. Apesar de ter feito boas e significativas mudanças no país, Museveni é duramente criticado por desrespeitar os direitos humanos, pela adoção da pena de morte, falta de liberdade de expressão no país e pela suposta compra de votos e suborno de funcionários que trabalharam nas eleições de 2011, que o reelegeram.

População

Uganda é um país com uma grande composição étnica. Há cerca de 40 diferentes línguas faladas no país pelos grupos étnicos bantu e nilóticas. A mais falada (por cerca de 16% da população) é a língua “ganda” ou luganda, pertencente ao maior grupo étnico do país, os baganda. A língua oficial do país é o inglês. A expectativa de vida no país é de 54 anos, e apenas 67% da população é alfabetizada.

Economia

Uganda é uma terra com importantes recursos naturais, solos férteis, chuvas regulares, pequenas reservas de cobre, ouro e outros minerais, e de petróleo recentemente descoberto. Uganda nunca realizou uma pesquisa nacional de riquezas minerais. A agricultura é o setor mais importante da economia, empregando mais de 80% da força de trabalho. O café representa a maior parte das receitas de exportação.

Desde 1986, o governo – com o apoio de países estrangeiros e agências internacionais – tem atuado para reabilitar e estabilizar a economia através da realização de reforma monetária, elevando os preços na produção das culturas de exportação, o aumento dos preços dos produtos petrolíferos, e melhoria dos salários da função pública. Desde 1990, as reformas econômicas deram início a uma era de crescimento econômico sólido baseado em investimentos contínuos em infraestrutura, melhoria dos incentivos para a produção e as exportações, inflação mais baixa e melhor segurança interna.

As receitas do petróleo e dos impostos vai se tornar uma grande fonte de financiamento do governo como o petróleo entra em operação nos próximos anos. Alimentos e o combustivel tiveram aumento nos preços em 2011, o que levou a população a protestar. A instabilidade no sul do Sudão, em 2012, foi um risco para a estabilidade da economia de Uganda já que este é o principal parceiro comercial de Uganda, e o país é um provavel destino para refugiados sudaneses.

     By:Missão Portas Abertas